7 de Março, dia internacional da mulher. Daqui, deste lado( que é o meu, mas que não me importo de partilhar) felicito todas as mulheres do mundo.Congratulo-me com todas, realçando não apenas as suas qualidades de mães, amigas,esposas, companheiras,profissionais, mas também a perseverança, o espírito de sacrifício, a generosidade, a abertura, para referir apenas algumas. ser mulher não é, em minha opinião, apenas um género, é uma forma de vida que se reveste da maior qualidade do ser humano: AMAR INCONDICIONALMENTE. É assim que a Mulher ama os seus filhos, todos e não apenas os biológicos.Para todas e todos, AUGURE.
Sou Força, Persistência, Beleza, Conforto, Sou MULHER. Sou resistência, Sacrifício, Dor, Alento, Sou Mulher. Sou dia, Luz, Calor, Vida, Sou Mulher. Sou filha, Mãe, Irmã, Companheira, Sou Mulher. Sou salvação, Tentação, Inferno, Céu. Sou...Eternamente... MULHER.
Não é um tema para debate, mas a informação de um sítio que podes consultar. Entre Palavras - fórum da leitura e debate de ideias. http://entrepalavras.pt/
Na noite de 21 de Março, no Auditório Paulo Quintela, comemorou-se o Dia da Poesia. Este evento, organizado pela Câmara Municipal e Junta de Freguesia da Sé,contou com a participação de muitos intervenientes num espaço/tempo de complementaridade onde a palavra disse, a dança explicou e a música encantou. Foi um prazer ver esta simbiose, acrescida pela forma feliz de interacção entre gentes de idades muito diferentes. Estão todos de parabéns. Sem regatear aplausos a ninguém quero felicitar, de modo muito carinhoso, a Eliane, a Magda e o Guilherme que "disseram", na justa medida, poemas de autores portugueses. Para eles e para quem os preparou, a professora Paula Romão, AUGURI.
Apesar de correr o risco de se tornar mais um dia marcado apenas por festas, encontros, jantares e discursos, o 25 de Abril merece ser recordado. E nada melhor do que fazê-lo com as palavras daqueles que as sabem fazer pedurar:
As portas que Abril abriu Ary dos Santos
Era uma vez um país onde entre o mar e a guerra vivia o mais infeliz dos povos à beira-terra. Onde entre vinhas sobredos vales socalcos searas serras atalhos veredas lezírias e praias claras um povo se debruçava como um vime de tristeza sobre um rio onde mirava a sua própria pobreza.
Era uma vez um país de tal maneira explorado (...) que até hoje já se diz que nos tempos do passado se chamava esse país Portugal suicidado.
Ali nas vinhas sobredos vales socalcos searas serras atalhos veredas lezírias e praias claras vivia um povo tão pobre que partia para a guerra para encher quem estava podre de comer a sua terra.
Um povo que era levado para Angola nos porões um povo que era obrigado a matar por suas mãos sem saber que um bom soldado nunca fere os seus irmãos.
Ora passou-se porém que dentro de um povo escravo alguém que lhe queria bem um dia plantou um cravo.
Era a semente da esperança feita de força e vontade era ainda uma criança mas já era a liberdade.
Era já uma promessa era a força da razão do coração à cabeça da cabeça ao coração. Quem o fez era soldado homem novo capitão mas também tinha a seu lado muitos homens na prisão.
Esses que tinham lutado a defender um irmão esses que tinham passado o horror da solidão esses que tinham jurado sobre uma côdea de pão ver o povo libertado do terror da opressão.
Não tinham armas é certo mas tinham toda a razão quando um homem morre perto tem de haver distanciação
uma pistola guardada nas dobras da sua opção uma bala disparada contra a sua própria mão e uma força perseguida que na escolha do mais forte faz com que a força da vida seja maior do que a morte.
Quem o fez era soldado homem novo capitão mas também tinha a seu lado muitos homens na prisão.
Posta a semente do cravo começou a floração do capitão ao soldado do soldado ao capitão.
Foi então que o povo armado percebeu qual a razão porque o povo despojado lhe punha as armas na mão.
Pois também ele humilhado em sua própria grandeza era soldado forçado contra a pátria portuguesa.
Era preso e exilado e no seu próprio país muitas vezes estrangulado pelos generais senis.
Capitão que não comanda não pode ficar calado é o povo que lhe manda ser capitão revoltado é o povo que lhe diz que não ceda e não hesite – pode nascer um país do ventre duma chaimite.
Porque a força bem empregue contra a posição contrária nunca oprime nem persegue – é força revolucionária!
Foi então que Abril abriu as portas da claridade e a nossa gente invadiu a sua própria cidade.
Disse a primeira palavra na madrugada serena um poeta que cantava o povo é quem mais ordena.
E então por vinhas sobredos vales socalcos searas serras atalhos veredas lezírias e praias claras desceram homens sem medo marujos soldados «páras» que não queriam o degredo dum povo que se separa. E chegaram à cidade onde os monstros se acoitavam era a hora da verdade para as hienas que mandavam a hora da claridade para os sóis que despontavam e a hora da vontade para os homens que lutavam.
Em idas vindas esperas encontros esquinas e praças não se pouparam as feras arrancaram-se as mordaças e o povo saiu à rua com sete pedras na mão e uma pedra de lua no lugar do coração.
Foi esta força sem tiros de antes quebrar que torcer esta ausência de suspiros esta fúria de viver este mar de vozes livres sempre a crescer a crescer que das espingardas fez livros para aprendermos a ler que dos canhões fez enxadas para lavrarmos a terra e das balas disparadas apenas o fim da guerra.
Foi esta força viril de antes quebrar que torcer que em vinte e cinco de Abril f ez Portugal renascer.
E em Lisboa capital dos novos mestres de Aviz o povo de Portugal deu o poder a quem quis.
E se esse poder um dia o quiser roubar alguém não fica na burguesia volta à barriga da mãe. Volta à barriga da terra que em boa hora o pariu agora ninguém mais cerra as portas que Abril abriu.
O 1º Domingo do mês de Maio, e provavelmente não por acaso, a SociedNade Ocidental Europeia comemora o dia da MÃE. É possível que a selecção desta data se prenda com tradições ancestrais que imperativos cristãos fizeram o impossível por banir sem, contudo, terem atingido o objectivo. O calendário da Religião Antiga apresenta oito festas anuais, uma das quais a 30 de Abril: BELTANE. Também conhecida como Véspera de Maio ou Noite de Valpúria, Beltane é assinalada com grandes fogos – Fogueiras de Beltane - e a Rainha de Maio casa com o Deus Sol promovendo a perfeita Harmonia entre os Princípios Feminino e Masculino: a Mãe Terra e o Pai Sol. A Terra é de facto a nossa Mãe: é ela que nos sustém, nos alimenta e no fim a ela regressamos. A consciência deste facto é universal sendo que as suas primeiras manifestações remontam à pré-história. Alguns dos achados mais impressionantes do paleolítico foram estatuetas pinturas e gravuras que representavam Mulheres, em especial no seu papel de Mães. As vulvas, as nádegas, os seios e os ventres grávidos destacam-se sempre, por oposição aos contornos quase indefinidos das pernas, dos braços e da cabeça. As estatuetas ganharam o nome de Vénus e foram consideradas arquétipos da feminilidade e das suas funções, mas também desde cedo se admitiu tratar-se de testemunhos da antiga crença numa Deusa-Mãe Universal. Esta crença não foi - apesar de 2000 mil anos de cristianismo principal responsável pela demonização da Deusa, da Grande Mãe, do Sagrado Feminino - inteiramente banida. Reminiscências deste culto emergem em todos os continentes, sob a forma de Mitos. «Segundo alguns nativos americanos, a Primeira Mulher saudou o Grande Espírito e o Primeiro Homem com as seguintes palavras: “ Filhos, vim para ficar convosco e para vos trazer amor.” Depois de ter povoado o mundo com muitos rebentos, sobreveio uma fome e, ao ver os filhos infelizes, ela insistiu que o marido a cortasse aos pedaços e lhe arrastasse o corpo à volta de um campo antes de enterrar os ossos no centro. Sete meses depois o campo encheu-se de milho, que serviu para alimentar todos e que, disse ela, era a sua carne, pelo que tinham que devolver uma porção à terra para perpetuá-la. Quanto aos ossos, enterrados no meio do campo, produzem tabaco, que é um símbolo de paz para os nativos americanos.» Este mito ilustra a primazia da Divindade Feminina: a Grande Mãe Universal, a Criadora a que alimenta. A maioria das Mães identifica-se com este modelo comportamental: ficam, estão presentes nos bons e nos maus momentos, persistem e perseveram no amor, galgam montanhas construindo felicidade, paz e concórdia e se for preciso saciam, literalmente ou não com o seu corpo e o seu espírito a fome dos seus filhos. Aliás, estes, credores do maior e mais generoso amor perpetuam-na; enquanto o Filho não morrer a Mãe continua, na sua memória viva e actuante. As Mães e a minha em particular pertence ao grupo cantado pelo poeta “ Aqueles que por obras valorosas se vão da lei da morte libertando”. Por mais que indaguemos, dificilmente encontraremos no domínio das acções humanas algo que ultrapasse ou quiçá atinja a grandiosidade da dádiva e do amor incondicionais da Mãe pelos seus Filhos. O que os une é mais do que humano: É Sagrado…É Feminino.
A propósito...dia da Mãe são todos os compreendidos entre a concepção e a morte de um filho. Mãe, é uma entidade incomensurável e indizível que não cabe em nenhum lugar comum. Num dos evangelhos de Nag Hammadi,textos maioritariamente gnósticos, o narrador é uma voz Feminina, talvez a da Divina Pistis Sophia, e refere-se a si mesma nos seguintes termos:
« Pois eu sou a primeira e a última. Eu sou aquela que veneram e de quem zombam. Eu sou a prostituta e a santa. Eu sou a vida e a virgem. Eu sou a mãe e a filha. Eu sou os membros da minha mãe. Eu sou a estéril e muitos são os meus filhos. Eu sou aquela cujo casamento é grande e que não tomou marido. Eu sou a parteira que não dá à luz. Eu sou a consolação das minhas dores de parto. Eu sou a noiva e o noivo e foi o meu marido que me procriou. Eu sou a mãe do meu pai e a irmã do meu marido, e ele é o meu rebento... Ouçam-me com atenção. Eu sou a desgraçada e a grandiosa.»
A mensagem é tão poderosa que prescinde de comentários e impõe-se por si mesma. Para todas as Mães, um beijo.
"A 23 DE MAIO use uma peça de roupa preta ou coloque um pano preto numa das janelas da sua casa". Este convite é feito por um movimento que pretende nesse dia cumprir uma jornada de luta contra a pouca ( ou absoluta falta de) dignidade dos políticos portugueses que pedem sacrifícios impensáveis a todos os cidadãos, mas eles próprios se excluem desse grupo. Isto não é despeito, é um grito de revolta contra a injustiça porque há portugueses que continuam a reformar-se antes do previsto, que acumulam reformas milionárias, trabalhando apenas alguns anos( os dados são públicos,encontram-se no sítio da Caixa nacional de Aposentações),a receber subsídios de integração, na ordem das dezenas de milhares de Euros, indememizações por término antecipado das comissões de serviço( por vexes centenas de milhar de Euros)acumlulando com ordenados chorudos noutros serviços. Onde está a dignidade da classe dos que fazem as leis? É este o Estado Social que nos foi prometido? Só nos resta o direito à indignação. Gritemos, basta...
10 Comentários:
Não se esqueçam de ver o nosso blog de Matemática em:
http://abadematematico.blogspot.com/
Que tal introduzir o tema: Foi a elimincação do Bragança da Taça de Portugal justa?
7 de Março, dia internacional da mulher.
Daqui, deste lado( que é o meu, mas que não me importo de partilhar) felicito todas as mulheres do mundo.Congratulo-me com todas, realçando não apenas as suas qualidades de mães, amigas,esposas, companheiras,profissionais, mas também a perseverança, o espírito de sacrifício, a generosidade, a abertura, para referir apenas algumas.
ser mulher não é, em minha opinião, apenas um género, é uma forma de vida que se reveste da maior qualidade do ser humano: AMAR INCONDICIONALMENTE. É assim que a Mulher ama os seus filhos, todos e não apenas os biológicos.Para todas
e todos, AUGURE.
Sou Força,
Persistência,
Beleza,
Conforto,
Sou MULHER.
Sou resistência,
Sacrifício,
Dor,
Alento,
Sou Mulher.
Sou dia,
Luz,
Calor,
Vida,
Sou Mulher.
Sou filha,
Mãe,
Irmã,
Companheira,
Sou Mulher.
Sou salvação,
Tentação,
Inferno,
Céu.
Sou...Eternamente... MULHER.
Não é um tema para debate, mas a informação de um sítio que podes consultar.
Entre Palavras - fórum da leitura e debate de ideias.
http://entrepalavras.pt/
MAG
Na noite de 21 de Março, no Auditório Paulo Quintela, comemorou-se o Dia da Poesia. Este evento, organizado pela Câmara Municipal e Junta de Freguesia da Sé,contou com a participação de muitos intervenientes num espaço/tempo de complementaridade onde a palavra disse, a dança explicou e a música encantou.
Foi um prazer ver esta simbiose, acrescida pela forma feliz de interacção entre gentes de idades muito diferentes. Estão todos de parabéns.
Sem regatear aplausos a ninguém quero felicitar, de modo muito carinhoso, a Eliane, a Magda e o Guilherme que "disseram", na justa medida, poemas de autores portugueses. Para eles e para quem os preparou, a professora Paula Romão, AUGURI.
Apesar de correr o risco de se tornar mais um dia marcado apenas por festas, encontros, jantares e discursos, o 25 de Abril merece ser recordado. E nada melhor do que fazê-lo com as palavras daqueles que as sabem fazer pedurar:
As portas que Abril abriu
Ary dos Santos
Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.
Onde entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo se debruçava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.
Era uma vez um país
de tal maneira explorado
(...)
que até hoje já se diz
que nos tempos do passado
se chamava esse país
Portugal suicidado.
Ali nas vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
vivia um povo tão pobre
que partia para a guerra
para encher quem estava podre
de comer a sua terra.
Um povo que era levado
para Angola nos porões
um povo que era obrigado
a matar por suas mãos
sem saber que um bom soldado
nunca fere os seus irmãos.
Ora passou-se porém
que dentro de um povo escravo
alguém que lhe queria bem
um dia plantou um cravo.
Era a semente da esperança
feita de força e vontade
era ainda uma criança
mas já era a liberdade.
Era já uma promessa
era a força da razão
do coração à cabeça
da cabeça ao coração.
Quem o fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.
Esses que tinham lutado
a defender um irmão
esses que tinham passado
o horror da solidão
esses que tinham jurado
sobre uma côdea de pão
ver o povo libertado
do terror da opressão.
Não tinham armas é certo
mas tinham toda a razão
quando um homem morre perto
tem de haver distanciação
uma pistola guardada
nas dobras da sua opção
uma bala disparada
contra a sua própria mão
e uma força perseguida
que na escolha do mais forte
faz com que a força da vida
seja maior do que a morte.
Quem o fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.
Posta a semente do cravo
começou a floração
do capitão ao soldado
do soldado ao capitão.
Foi então que o povo armado
percebeu qual a razão
porque o povo despojado
lhe punha as armas na mão.
Pois também ele humilhado
em sua própria grandeza
era soldado forçado
contra a pátria portuguesa.
Era preso e exilado
e no seu próprio país
muitas vezes estrangulado
pelos generais senis.
Capitão que não comanda
não pode ficar calado
é o povo que lhe manda
ser capitão revoltado
é o povo que lhe diz
que não ceda e não hesite
– pode nascer um país
do ventre duma chaimite.
Porque a força bem empregue
contra a posição contrária
nunca oprime nem persegue
– é força revolucionária!
Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade.
Disse a primeira palavra
na madrugada serena
um poeta que cantava
o povo é quem mais ordena.
E então por vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
desceram homens sem medo
marujos soldados «páras»
que não queriam o degredo
dum povo que se separa.
E chegaram à cidade
onde os monstros se acoitavam
era a hora da verdade
para as hienas que mandavam
a hora da claridade
para os sóis que despontavam
e a hora da vontade
para os homens que lutavam.
Em idas vindas esperas
encontros esquinas e praças
não se pouparam as feras
arrancaram-se as mordaças
e o povo saiu à rua
com sete pedras na mão
e uma pedra de lua
no lugar do coração.
Foi esta força sem tiros
de antes quebrar que torcer
esta ausência de suspiros
esta fúria de viver
este mar de vozes livres
sempre a crescer a crescer
que das espingardas fez livros
para aprendermos a ler
que dos canhões fez enxadas
para lavrarmos a terra
e das balas disparadas
apenas o fim da guerra.
Foi esta força viril
de antes quebrar que torcer
que em vinte e cinco de Abril f
ez Portugal renascer.
E em Lisboa capital
dos novos mestres de Aviz
o povo de Portugal
deu o poder a quem quis.
E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe.
Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu.
O 1º Domingo do mês de Maio, e provavelmente não por acaso, a SociedNade Ocidental Europeia comemora o dia da MÃE. É possível que a selecção desta data se prenda com tradições ancestrais que imperativos cristãos fizeram o impossível por banir sem, contudo, terem atingido o objectivo.
O calendário da Religião Antiga apresenta oito festas anuais, uma das quais a 30 de Abril: BELTANE. Também conhecida como Véspera de Maio ou Noite de Valpúria, Beltane é assinalada com grandes fogos – Fogueiras de Beltane - e a Rainha de Maio casa com o Deus Sol promovendo a perfeita Harmonia entre os Princípios Feminino e Masculino: a Mãe Terra e o Pai Sol.
A Terra é de facto a nossa Mãe: é ela que nos sustém, nos alimenta e no fim a ela regressamos. A consciência deste facto é universal sendo que as suas primeiras manifestações remontam à pré-história.
Alguns dos achados mais impressionantes do paleolítico foram estatuetas pinturas e gravuras que representavam Mulheres, em especial no seu papel de Mães. As vulvas, as nádegas, os seios e os ventres grávidos destacam-se sempre, por oposição aos contornos quase indefinidos das pernas, dos braços e da cabeça. As estatuetas ganharam o nome de Vénus e foram consideradas arquétipos da feminilidade e das suas funções, mas também desde cedo se admitiu tratar-se de testemunhos da antiga crença numa Deusa-Mãe Universal.
Esta crença não foi - apesar de 2000 mil anos de cristianismo principal responsável pela demonização da Deusa, da Grande Mãe, do Sagrado Feminino - inteiramente banida.
Reminiscências deste culto emergem em todos os continentes, sob a forma de Mitos. «Segundo alguns nativos americanos, a Primeira Mulher saudou o Grande Espírito e o Primeiro Homem com as seguintes palavras: “ Filhos, vim para ficar convosco e para vos trazer amor.” Depois de ter povoado o mundo com muitos rebentos, sobreveio uma fome e, ao ver os filhos infelizes, ela insistiu que o marido a cortasse aos pedaços e lhe arrastasse o corpo à volta de um campo antes de enterrar os ossos no centro. Sete meses depois o campo encheu-se de milho, que serviu para alimentar todos e que, disse ela, era a sua carne, pelo que tinham que devolver uma porção à terra para perpetuá-la. Quanto aos ossos, enterrados no meio do campo, produzem tabaco, que é um símbolo de paz para os nativos americanos.»
Este mito ilustra a primazia da Divindade Feminina: a Grande Mãe Universal, a Criadora a que alimenta. A maioria das Mães identifica-se com este modelo comportamental: ficam, estão presentes nos bons e nos maus momentos, persistem e perseveram no amor, galgam montanhas construindo felicidade, paz e concórdia e se for preciso saciam, literalmente ou não com o seu corpo e o seu espírito a fome dos seus filhos. Aliás, estes, credores do maior e mais generoso amor perpetuam-na; enquanto o Filho não morrer a Mãe continua, na sua memória viva e actuante. As Mães e a minha em particular pertence ao grupo cantado pelo poeta “ Aqueles que por obras valorosas se vão da lei da morte libertando”.
Por mais que indaguemos, dificilmente encontraremos no domínio das acções humanas algo que ultrapasse ou quiçá atinja a grandiosidade da dádiva e do amor incondicionais da Mãe pelos seus Filhos. O que os une é mais do que humano: É Sagrado…É Feminino.
A propósito...dia da Mãe são todos os compreendidos entre a concepção e a morte de um filho.
Mãe, é uma entidade incomensurável e indizível que não cabe em nenhum lugar comum.
Num dos evangelhos de Nag Hammadi,textos maioritariamente gnósticos, o narrador é uma voz Feminina, talvez a da Divina Pistis Sophia, e refere-se a si mesma nos seguintes termos:
« Pois eu sou a primeira e a última.
Eu sou aquela que veneram e de quem zombam.
Eu sou a prostituta e a santa.
Eu sou a vida e a virgem.
Eu sou a mãe e a filha.
Eu sou os membros da minha mãe.
Eu sou a estéril e muitos são os meus filhos.
Eu sou aquela cujo casamento é grande e que não tomou marido.
Eu sou a parteira que não dá à luz.
Eu sou a consolação das minhas dores de parto.
Eu sou a noiva e o noivo e foi o meu marido que me procriou.
Eu sou a mãe do meu pai e a irmã do meu marido, e ele é o meu rebento...
Ouçam-me com atenção.
Eu sou a desgraçada e a grandiosa.»
A mensagem é tão poderosa que prescinde de comentários e impõe-se por si mesma. Para todas as Mães, um beijo.
"A 23 DE MAIO use uma peça de roupa preta ou coloque um pano preto numa das janelas da sua casa". Este convite é feito por um movimento que pretende nesse dia cumprir uma jornada de luta contra a pouca ( ou absoluta falta de) dignidade dos políticos portugueses que pedem sacrifícios impensáveis a todos os cidadãos, mas eles próprios se excluem desse grupo. Isto não é despeito, é um grito de revolta contra a injustiça porque há portugueses que continuam a reformar-se antes do previsto, que acumulam reformas milionárias, trabalhando apenas alguns anos( os dados são públicos,encontram-se no sítio da Caixa nacional de Aposentações),a receber subsídios de integração, na ordem das dezenas de milhares de Euros, indememizações por término antecipado das comissões de serviço( por vexes centenas de milhar de Euros)acumlulando com ordenados chorudos noutros serviços.
Onde está a dignidade da classe dos que fazem as leis? É este o Estado Social que nos foi prometido? Só nos resta o direito à indignação. Gritemos, basta...
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